segunda-feira, 12 de maio de 2014

Estou cantando e dançando na chuva!

Fiquei muito feliz quando o Cine Joia de Copacabana divulgou que teria projetado um dos primeiros musicais que eu vi na vida, na sexta-feira passada. E que, além de tudo, o teria feito de forma franca.

Singin'in the Rain é um show de diversão e uma escola sem par para os que hoje almejam se tornar grandes estrelas da Broadway. Pode afirmar-se sem perder tempo que esse clássico foi pioneiro na escolha de estilo e ditou padrões de qualidade artística inequivocáveis. Todas lá são estrelas brilhando, mas, quem dirigiu, inventou e preparou as coreografias e dançou nos emocionando, Gene Kelly, se destaca de forma louvável e nos diverte genuinamente. Lê-se em diversas fontes que o ator/diretor/dançarino estava com 39.4° de febre quando, chutando água para todos os lados, ficava imortalizado na história do cinema performando o tema singin'in the rain.

Nesse musical de 1952, outro astro, Donald O'Connor, deixa todos de queixo caídos ao interpretar make'em laugh, pulando, se machucando e fazendo graças digno de um Chaplin colorido. Ele, junto com Gene Kelly e com Debbie Reynolds, formam um trio hilário e extremamente talentoso. O gênero de interpretação dos três, o desenvolvimento da história, o figurino e o alternar específico de músicas e falas, preparou o terreno para todos os musicais seguintes, até a década de '60/'70 (Mary Poppins, Bye Bye Birdie, Hello Dolly, Funny Girl,...) e delineou as diretrizes para os musicais da Broadway, até os que estão sendo montados nos nossos dias.

Cartaz de 1952

Conforme o próprio poster diz, é um "tesouro musical". O virtuosismo do trio dançante e cantante rege essa obra prima como três pilares sólidos. São 103 minutos de filme só rindo e ritmando com o pé no chão sem parar para acompanhar as músicas já não mais inéditas, depois de 60 anos de sucessos e homenagens. Sempre recomendei assistir esse clássico e, depois de anos e anos que eu não via, re-entendi porque aquele meu pedido tão automático ao amigo da vez "tem que assistir, não pode deixar de assistir!!" fosse tão razoável!

terça-feira, 6 de maio de 2014

Por que as palavras?

Depois de alguns anos querendo (mas não muito) assistir Brokeback Mountain, finalmente consegui. Preciso dizer que, fazendo uma média de todos os comentários que tinha escutado sobre o filme, tinha tido uma idéia bastante pertinente com a realidade do longa de Ang Lee.

 Não preciso falar muito. Pelo que eu vi, essa história de uma grande paixão quer muito nos deixar com aquele gosto amargo de um carpe diem latente. Me emocionei, francamente, assim como posso me emocionar numa sessão da tarde. Mas uma coisa foi marcante para mim mais do que outras, a cumplicidade dos dois amantes que raramente precisaram de palavras.

Ennis e Jack imortalizados nas montanhas